São Paulo – A expressão pode parecer piegas, mas não tem como não dizer que Nick Woodman juntou o “útil ao agradável” para fazer fortuna. O empresário de 36 anos é o inventor da GoPro, câmera que virou febre entre esportistas e aventureiros. Por isso, ele está prestes a estrear na lista de bilionários da Forbes, com patrimônio avaliado em bem mais de 1 bilhão de dólares.
Praticante assíduo de esportes radicais, como o surfe, Woodman sempre desejou fazer boas imagens de suas aventuras, mas nunca conseguiu, porque os fotógrafos normalmente não estão preparados para chegar onde os surfistas estão.
Em 2002, depois de uma temporada na Austrália e Indonésia e nenhuma boa foto para contar história, Woodman decidiu por conta própria investir em câmeras que pudessem ser usadas pelos surfistas, acopladas no corpo ou prancha, para a captura de imagens únicas.
Para financiar a ideia, o empresário comprou 600 cintos feitos de concha do mar a 1,90 dólar em Bali, e os revendeu na Califórnia por 60 dólares cada um. Com o valor arrecadado, mais um empréstimo de 35.000 dólares conseguido com a mãe, ele começou a investir em seu novo e promissor negócio.
início
Durante dois anos, Woodman vendeu os equipamentos a amigos adeptos da prática de esportes radicais. A primeira grande encomenda, no entanto, aconteceu só em 2004, quando a GoPro fechou a venda de 100 equipamentos para uma feira de esportes de ação no Japão.
De lá pra cá, a empresa de Woodman só vem crescendo e ganhando espaço, quando o assunto é captura de imagens em ação. Segundo dados do setor, a GoPro detém mais de 30% de participação de mercado no segmento de filmadoras de bolso. Só no ano passado, esse mercado movimentou 4,5 milhões de unidades no mundo.
Grande negócio
Em dezembro de 2012, Woodman vendeu 8,88% de participação da GoPro para a Foxconn, fabricante chinesa de produtos eletrônicos, que monta aparelhos como o iPhone e o iPad para a Apple. O negócio foi fechado por 200 milhões de dólares, o que significa o valor total da GoPro foi calculado em 2,3 bilhões de dólares.
Woodman não revela a participação que detém na GoPro, mas sabe-se que, pelo menos, 51% das ações estão nas suas mãos. Segundo cálculos da Forbes, somente com essa participação, ele já teria fortuna de, no mínimo, 1,15 bilhão de dólares. Montante suficiente para que o surfista esteja entre os homens mais ricos do mundo.