“Um problema muito comum nas negociações é ficar disputando quem ganha mais, o que leva a situações como essa:
2 garotos avistaram uma laranja no chão e logo começaram a negociar quem ficaria com a maior parte. Depois de certo tempo, decidiram que cada um ficaria com uma metade. Quando o primeiro garoto chegou em casa com sua metade, cortou a casca e jogou o resto no lixo. O segundo jogou fora a casca e comeu o resto.
Para evitar essa situação nas suas negociações, seguem 4 atitudes que as tornarão mais eficientes.
Saiba separar a pessoa do problema
É muito difícil não levar uma negociação para o lado pessoal. Porém, isso atrapalha o processo, leva ao sentimento de “poderia ter conseguido um acordo melhor” e pode danificar relacionamentos.
A primeira atitude que as 2 partes precisam ter é de que estão combatendo o problema, não um ao outro. Em exemplo prático: ao invés de falar “Você não entrega seu trabalho direito. Por quê?”, fale “Os resultados não estão de acordo com o esperado, o que podemos fazer para resolver essa situação?”
Lidar com pessoas é sempre complicado, mas esse tipo de postura tende a melhorar a comunicação e agilizar o processo. Lembre-se que se existe negociação, é porque as 2 partes enxergam possibilidades de ganho. O inimigo é o problema, não a outra parte.
Foque em interesses, não em posições
Assim como no caso da laranja, é muito comum que pessoas fiquem disputando por um número enquanto na verdade os interesses são outros.
Um caso real ocorreu na negociação de território entre Egito e Israel em 1978. Depois muito tempo desenhando mapas sobre a divisão da península de Sinai, o acordo parecia impossível. No final, descobriram que o problema de Israel não era ter o território, era a presença de tanques egípcios na região. Os egípcios queriam o território que era deles desde a época dos faraós, mas não faziam questão de ter tanques por lá.
Com os interesses em mente, o acordo aprovado foi que o território ficaria com o Egito, mas nada de mandar os tanques passearem na região.
Nem sempre é tão fácil resolver questões como essa (ironia comendo solta). Mesmo assim, faça um esforço para descobrir o que o outro lado quer, existe uma chance razoável de ser algo além do número e um acordo alternativo será benéfico para ambos.
Apresente opções de ganho mútuo
Entendendo os interesses das partes e sendo a pessoa criativa que eu sei que você é, o próximo passo é criar opções ao invés de ficar empacado em uma queda-de-braço sem fim.
A melhor forma de entender a importância de uma solução alternativa é a disputa por um bolo. Por que ao invés de disputar o tamanho do pedaço, você não coloca fermento e aumenta os pedaços de todo mundo?
Querendo aumentar o bolo você mostra para a outra parte que também está pensando nela. Agora é só uma questão de escolher qual o melhor fermento.
Use critérios objetivos
Quanto mais objetivos forem os critérios de negociação, mais fácil chegar a um acordo. Por exemplo, se você quer vender uma casa, tenha uma noção dos preços de casas do mesmo tipo na vizinhança.
Caso esteja vendendo um produto mega inovador que vai revolucionar o mundo, fica mais complicado estabelecer um referencial. Aí o melhor que você faz é mostrar os ganhos que o cliente teria com e sem seu produto. Dados, desde que relevantes, são uma ótima forma de avançar uma negociação. (…)”
Fonte: SaiadoLugar
Veja você, Denny, que a pergunta aberta leva a resultados muito mais satisfatórios na negociação: “O que podemos fazer…”
Esse é o espírito do que seu coordenador vem buscando semear.